Hoje por coincidência encontrei uma conversa do psicanalista Alberto Goldin que cai como uma luva para as inúmeras preocupações sobre a solidão e disponibilidade de algumas mulheres na atualidade. Ficou perfeita sua abordagem.
Sua leitora pedia um conselho para sua solteirice e dizia assim: “NOSSA! TENHO 32 ANOS E JÁ ESTOU cansada de buscar relacionamentos. Não há homens interessantes disponíveis, eles estão todos casados ou devem morar bem longe da minha cidade. Assisti quase todas as minhas amigas casarem e separem também, e ouço muito falar que depois dos trintas as coisas ficam mais difíceis. Esqueceram de falar impossível. E a cada ano que passo temo por ficar velha demais para engravidar. Namoro pela Internet, não funciona, ou pelo menos para mim. Qual seu conselho para mulheres depois dos 30 anos? Estou certa de você poderá responder a minha pergunta. Obrigada. Marieta.”
Ele encasquetou-se com a solicitação, pois depois dos 30, só se podia esperar o 31, 32, 33… Solteirice não é um sintoma que poderia “ser curado”. Estar solteira, mesmo que seja de forma definitiva, não é uma doença, nem deve ser tratada como tal, é uma vicissitude, uma circunstância eventual e possível na vida de uma mulher.
“Namorou homens errados? Não é tão bonita? É tímida? Ficou tempo demais ocupada no seu trabalho ou com seus pais? Teve uma família problemática? Ficou presa a um amor juvenil? Tudo é possível, nesse caso a solteirice seria conseqüência de uma má administração do seu tempo juvenil.
Sem ser uma doença, passa a sê-lo quando a pressão social ou familiar coloca a mulher na obrigação de resolver sua vida afetiva.
Só será feliz casada. Já, solteira, será um produto raro, encalhado no fundo do armário. Contra esse argumento verifico que recebo um número semelhante de cartas de mulheres solteiras e casadas com o mesmo grau de infelicidade…
De qualquer forma, responderei à Marieta. Talvez a ajude a pontuar uma possível resistência à construção de um casamento:
– “Mulheres casadas, não se casam”.
Não me refiro ao estado civil real, mas a mulheres casadas consigo mesmas, com seus pais, suas amigas ou seu emprego. São casamentos sem marido, por isso a separação acaba sendo mais difícil, como se deixam levar pelas aparências, ignoram o ângulo inconsciente da mesma realidade, não percebem que agem como esposas fiéis de maridos invisíveis. Poderíamos considerá-las blindadas e inaccessíveis ao assédio masculino, que pode não acontecer justamente devido à blindagem. Os homens entram na vida de uma mulher quando são, em algum grau, necessários. Não me refiro ao terreno material, mas quando resolvem alguma carência, ou seja, quando, de verdade, fazem falta. Entendemos que só come quem tem fome, ou que só encontram aqueles que verdadeiramente procuram.
A mulher que se declara solitária e disponível não encontra o homem adequado, nem sempre o está procurando. Para resolver sua solidão seria necessário levar uma vida cotidiana, realmente feminina. Nem sedutora, nem carente, apenas feminina. A mulher que se completa nos seus próprios espelhos, trabalhos, famílias ou amizades não deixa espaço para instalar um parceiro, mesmo que seu discurso expresse o oposto. Admito que se trate de um conceito difícil e discutível, porém explica por que algumas mulheres – sem conflito com a feminilidade – sempre foram disputadas por homens e outras, com os mesmos méritos de graça ou beleza, permanecem solitárias. Meu conselho para Marieta é descobrir o que lhe falta. Se só lhe faltam homens, desconfie, pode ser que seu lugar mais cálido e melhor localizado já esteja ocupado. Deve liberá-lo. Não precisa anunciar isso, os homens – que não faltam – imediatamente perceberão e terão muito prazer em resolver seu problema.”
http://bloglog.globo.com/albertogoldin/ de junho de 2008
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Mas…aquelas que procuram um parceiro, companheiro, um homem normal, com medos, fragilidades
trabalhador, que goste de dançar na sala de casa como se estivesse uma linda valsa , gostoso na arte
de amar, enfim, um amor pro resto da vida, que esteja a seu lado te reconquistando todos os dias com
alegria.